7 de jan. de 2009

Jardim Desamanhecido

Eu sou aquela que ficou sozinha cantando sobre os ossos do caminho, a poesia de tudo quanto é morto! Morrer deve ser como não haver nascido... E a morte talvez seja melhor até que a vida (de dor e mágoas, pois não sofre, quem não tem a sensação dos males). Estou como um jardim que não acordou para o amanhecer, pois a razão se foi com toda a luz do meu lindo sol. Ele iluminava a minha essência, era a raiz de meu revigoramento... De que adianta mais eu acordar, se não vou tê-lo para abrilhantar minha felicidade?

Tudo é pobre no mundo; que me importa
Que ele amanhã se esbroe e que desabe
Se a natureza para mim está morta!


É tempo que o meu exílio acabe;
Vem, pois, ó morte, ao nada me transporta!
Morrer, dormir, talvez sonhar, quem sabe?


Não há mais espinhos, nem flores

2 comentários:

Pablo disse...

Belo texto
As pessoas estão mais preocupadas com si e esquecem o meio onde vivem !

http://sombradaamendoeira.blogspot.com/

Miriã Soares disse...

Impressionada.
Essas palavras bem escritas, fortes me causaram emoção...